PENSO, LOGO DESAPAREÇO

O projeto PENSO, LOGO DESAPAREÇO  Leituras contemporâneas de uma vala clandestina se propõe a ser uma ação de memória, cultura e reparação simbólica. Com foco no contexto da vala clandestina do Cemitério Dom Bosco a intenção é construir uma intervenção artística que instigue um público mais amplo a conhecer e problematizar as ações da ditadura civil-militar brasileira em torno do ocultamento dos corpos de mais de mil pessoas naquele espaço, nos anos 70. Um dos objetivos dessa proposta é de que promova uma reparação simbólica ao valorizar o patrimônio imaterial que carregam as memórias de pessoas que tiveram suas vidas e cidadania interrompidos em um processo de desaparecimento forçado. Assim, o foco artístico desse projeto é enfatizar a materialidade de um espaço construído justamente para apagar a materialidade de existências de muitas pessoas.

Nos últimos anos, muitos discursos favoráveis à ditadura civil-militar ganharam ressonância, junto a eles aumentou o desprezo por valores democráticos. Tendo isso em vista, o projeto pretende sensibilizar e ampliar o número de pessoas que conheça o significado da vala clandestina de Perus, tomando-a como observatório concreto dos efeitos da ditadura militar no Brasil; Ao mesmo tempo, considerando que os corpos ocultados em Perus não se restringem às ossadas de militantes de organizações de esquerda, acreditamos que esse seja um caso exemplar para ampliar o olhar sobre os grupos que foram alvo de violência do Estado ditatorial. Afinal de contas, que pessoas foram consideradas dignas de desaparecer? Dessa forma pretendemos provocar reflexões sobre que pessoas que não participavam de agremiações políticas e também foram levados ao mesmo destino em uma lógica de necropolítica operada pelo Estado brasileiro.

Concepção e criação artística PATRICIA BIGARELLI 

Produção  TWYLA HASE  twyla.hase@gmail.com

Pesquisa histórica  GLENDA GATHE  glenda.gathe@gmail.com